Dia dos Povos Indígenas: a realidade dos Povos Originários
18/04/2023 • 3 min de leitura

Dia dos Povos Indígenas: a realidade dos Povos Originários no Brasil

Com grande importância para a proteção da biodiversidade, os povos indígenas enfrentam severos desafios diariamente para sobreviverem em nosso país.

No dia 19 de abril é celebrado o Dia dos Povos Indígenas, uma data que chama a atenção para a importância de exaltar e valorizar a contribuição histórica e cultural dos povos originários para a humanidade. Dotados de uma sabedoria milenar, os povos indígenas são verdadeiros guardiões da biodiversidade e por conta desse papel de proteção das florestas nativas, se tornaram ao longo da história alvos de ataques covardes, sendo perseguidos e assassinados.

Segundo o último censo realizado em 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil registrou 305 etnias indígenas e 274 idiomas, constatando um crescimento da população. Porém, sua existência é marcada por lutas constantes que muitas vezes ocorrem com pouco apoio de ações governamentais, o que aumenta ainda mais sua vulnerabilidade.

Com mais de 754 reservas, os povos indígenas ocupam cerca de 14% do território brasileiro, segundo dados da Funai, tendo sua maior concentração na Amazônia. Essa demarcação funciona como uma das principais barreiras contra o desmatamento e poluição das florestas, pois como os povos indígenas se reconhecem como parte da natureza, eles prezam pela preservação moldando seu estilo de vida com o intuito de fortalecer e reflorestar as regiões onde habitam.  

Indígenas

Por que a atual situação dos povos indígenas é tão preocupante no país?

Não há como mencionar o atual cenário dos povos originários no país sem retratar a chocante situação vivida pelos Yanomami, que nos últimos quatro anos sofreram com o abandono de políticas governamentais, ficando à mercê da violência de garimpeiros ilegais, que resultou em um diversas mortes de membros dessa etnia seja por violência do garimpo, quanto por fome e doenças motivadas pela falta de assistência.

Esse retrocesso nas leis que asseguravam a vida e territórios indígenas agravou ainda mais a situação de um povo que já enfrentava um cenário de abandono. Nos últimos anos, a Funai – que é um dos principais órgãos de atuação para o acompanhamento e proteção dos povos indígenas – sofreu um verdadeiro desmonte o que intensificou ainda mais a crise humanitária dessas etnias.

O garimpo ilegal ganhou força com o afrouxamento das leis, o que resultou no aumento de forma desenfreada da exploração ilegal do ouro, cassiterita e madeira em demarcações indígenas, onde pelo uso de maquinários pesados e despejo de mercúrio nos rios causaram uma vasta destruição florestal. Segundo dados do Instituto Socioambiental (ISA) só no ano de 2022 houve um aumento de 54% do garimpo ilegal em terras indígenas Yanomami, o que explica todo o sofrimento que esses povos enfrentaram durante a invasão de suas demarcações.   

A situação devastadora enfrentada pelo povo Yanomami é apenas um retrato do que diversas etnias sofrem diariamente para manter suas vidas e seus territórios. Entender que os povos indígenas são os verdadeiros donos e guardiões das nossas florestas, que proteger a sua existência respeitando a sua cultura, expressões religiosas e modo de vida, é um dever da humanidade e o principal passo para garantir um legado histórico e o futuro do planeta.

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