O Dia da Consciência Negra marca a importância das discussões e ações de combate ao racismo e a desigualdade social, além ser uma celebração da cultura afro-brasileira.
O Dia da Consciência Negra é uma data de fundamental importância social, pois com ela podemos reforçar a pauta de igualdade racial que infelizmente ainda se faz necessária no cenário do nosso país. Existe uma dívida social imensurável do Brasil para com a população negra que é um reflexo do longo e vergonhoso período de escravidão.
Ainda hoje, a população negra sofre na pele as ações pela intolerância, preconceito e desigualdade que permanecem na sociedade, e o resultado do racismo estrutural que se revela no dia a dia da população negra. Uma pesquisa “Desigualdade Sociais por Cor ou Raça” realizada em 2019, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revelou que pessoas pretas e pardas, que representam 56% da população brasileira, têm os piores indicadores de renda, moradia, escolaridade, serviços, etc.
A pesquisa mostrou que, entre os inúmeros problemas enfrentados pela população negra, ela é a que mais sofre, por exemplo, com o acesso escasso à educação, com 19% de pessoas pretas fora da escola, refletindo em altas taxas de analfabetismo ficando em 9,1%, cinco pontos percentuais superior à da população branca. Além disso, entre os anos de 2008 e 2018, a taxa de homicídios entre negros cresceu 11,5%, enquanto a de não negros caiu 12%, revelando que os negros somam 75,9% dos assassinados neste período.
Por que é urgente a luta antirracista?
A luta antirracista vai além do combate aos danos causados pela desigualdade de direitos ao acesso à bens e recursos, mas é uma luta diária contra a discriminação da população negra que são as maiores vítimas da brutalidade policial, que em especial vitima a parcela dos jovens negros criando estereótipos raciais, que atinge a autoestima, cultura e saúde mental.
Com isso, nos últimos anos, nasceram diversos movimentos sociais antirracistas devido a morte de pessoas negras por policiais em diferentes países do mundo, inclusive em regiões brasileiras. No Brasil, movimentos como “Enquanto houver racismo não haverá democracia” é um exemplo de mobilização para o debate ao tema e que traz relevância para essa pauta que é muito mais que necessária.
É preciso olhar para a população negra com respeito e igualdade. Se faz urgente mudanças em políticas públicas, econômicas e sociais, além de leis e punições mais serias para crimes raciais e discriminatórios que visem reparar os danos causados a essa parcela da sociedade, para que dessa forma o país possa oferecer as mesmas oportunidades aos menos favorecidos e criar uma sociedade mais igualitária.