Copa do Mundo Feminina: conquista de visibilidade e a busca por reconhecimento
2/08/2023 • 4 min de leitura

Copa do Mundo Feminina: a conquista de visibilidade e a busca por mais reconhecimento

Entenda a importância social da Copa do Mundo Feminina e como ela atua como uma ferramenta crucial para a igualdade de gênero dentro e fora do campo.

A história do futebol feminino é marcada por inúmeros desafios e uma incessante luta por reconhecimento e igualdade de gênero. Por quatro décadas, as mulheres foram proibidas de praticar futebol, uma decisão fundamentada em uma narrativa completamente machista. Como em muitos aspectos da sociedade, as mulheres enfrentaram boicotes que atrasaram e impediram o pleno desenvolvimento de suas habilidades por gerações, e esse impacto continua até os dias atuais.

No Brasil, o decreto-lei nº 3.199 de 1941, sob o governo de Getúlio Vargas, proibiu a população feminina de praticar futebol, justificando que a prática do esporte era incompatível com a natureza feminina. Essa lei vigorou até 1983, quando, por meio da resistência feminina e da pressão internacional, as atletas conquistaram o direito de jogar futebol. No entanto, a regulamentação do futebol feminino não garantiu o devido apoio social e financeiro, deixando-as em um cenário de abandono e discriminação.

A primeira Copa Mundial Feminina aconteceu somente em 1991, sediada na China. Entretanto, apenas 12 seleções tiveram a oportunidade de representar suas nações na tão sonhada competição organizada pela FIFA. Com pouco investimento e patrocínio quase escasso, as atletas se depararam com um cenário hostil. Mesmo assim, contaram com a presença de cerca de 65 mil torcedores, o que demonstrou que, mesmo com a cultura machista enraizada na sociedade da época, já havia um movimento de apoio à igualdade feminina.

Copa

A representatividade da Copa Feminina de Futebol na sociedade

A Copa Mundial Feminina vai além da esfera esportiva, sua representatividade ultrapassa os limites do campo de futebol ao se tornar um impulsionador da luta pela igualdade de gênero e pelo reconhecimento feminino no mundo do esporte e além dele.

O torneio tem sido um agente de mudança, quebrando barreiras sociais e abrindo caminhos para uma sociedade mais inclusiva e justa. Em um esporte historicamente reservado apenas à figura masculina, as mulheres estão lentamente conquistando seu espaço para mostrar seu talento. A visibilidade da edição do torneio feminino deste ano consolidou ainda mais a ideia de que o futebol não tem gênero e deve ser acessível a todos.

Uma das contribuições mais significativas da Copa do Mundo Feminina é a criação de referências femininas para jovens mulheres seguirem. Meninas desde a primeira infância têm a oportunidade de seguirem ídolas, o que incentiva na criação de uma geração de mulheres empoderadas. A visibilidade de figuras femininas contribui também no combate ao estereótipo de gênero, formando mulheres mais confiantes e bem-sucedidas.

Além disso, o torneio feminino traz à tona debates importantes para a igualdade entre homens e mulheres, como a paridade salarial e a equidade de oportunidades para as atletas. Ao evidenciar a disparidade entre os investimentos destinados ao futebol de ambos os gêneros, o campeonato pressiona organizações e governos a reverem suas políticas de investimento no torneio feminino e em outros setores profissionais.

O evento também serve como palco para discutir questões relacionadas aos direitos das mulheres, incentivando a sociedade a repensar seus valores e promover a igualdade de gênero. O engajamento durante o torneio cria uma oportunidade única de destacar pautas de inclusão social em todos os seus aspectos.

É fundamental que a sociedade também participe dessa corrente de apoio às atletas femininas, afinal a Copa Mundial Feminina vai além de conceitos patrióticos e valoriza o evento como uma ferramenta poderosa para alcançar a igualdade de gênero e a representatividade feminina no esporte e na sociedade.

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