COP30 e a força feminina na luta climática
26/08/2025 • 4 min de leitura

COP30 e a força feminina na luta climática

O protagonismo feminino na COP30 pode ser a chave para transformar promessas climáticas em ações concretas de preservação ambiental

Bora falar sobre a COP30? Mas não estou me referindo à polêmica dos valores das hospedagens, e sim a algo muito mais relevante, profundo e necessário: a representatividade que será sediar uma conferência como essa no Brasil e, em especial, em Belém, considerada a porta de entrada da nossa maior riqueza natural, a Amazônia.

A COP é o principal encontro internacional sobre mudanças climáticas, que reúne representantes de diferentes países, cientistas e organizações não governamentais para discutir estratégias e firmar compromissos de enfrentamento à crise ambiental. A primeira edição aconteceu em 1995, em Berlim, e desde então o evento ocorre todos os anos em vários lugares do mundo. O objetivo? Avançar em metas de redução das emissões de gases de efeito estufa, proteger ecossistemas e promover justiça climática.

E se você acha que desses encontros não surgem resultados, engana-se: avanços importantes nasceram das COPs, como o Acordo de Paris, firmado em 2015, além de mecanismos financeiros para apoiar países em desenvolvimento. Sim, eu sei que a sensação é de que essas ações ainda são insuficientes diante da complexidade que a crise climática alcançou. Mas já imaginou como seria se sequer existissem essas iniciativas?

Agora, você já se perguntou por que tantas vezes os compromissos assumidos nesses encontros de líderes mundiais não alcançam o impacto necessário? E se eu te disser que um dos motivos pode ser justamente a ausência, nas negociações e na implementação de ações, das vozes de quem mais sofre com as mudanças climáticas. É aqui que a COP30 pode marcar um divisor de águas: pela primeira vez, mulheres indígenas, quilombolas e ribeirinhas terão um espaço mais visível e atuante nos diálogos.

COP30
Imagem: Ramon Vellasco

A relevância das vozes femininas que ecoarão na COP30

A participação ativa de mulheres indígenas, quilombolas e ribeirinhas será fundamental para que as políticas climáticas firmadas estejam de fato alinhadas às realidades e necessidades das populações mais atingidas e vulneráveis. São elas que já vivem, no dia a dia, as consequências das secas, enchentes, desmatamentos e da insegurança alimentar. E, ao mesmo tempo, são as que mais contribuem para a preservação do meio ambiente por meio dos seus conhecimentos ancestrais, da agricultura ecológica e da paixão pela proteção da fauna e da flora.

Na COP30, a BrazilFoundation-FAS para Sustentabilidade Social e Ambiental da Amazônia vai selecionar mulheres dessas comunidades para integrar os diálogos e conferências. E isso faz total sentido quando olhamos para dados da ONU que mostram que mais de 158 milhões de meninas e mulheres podem ser levadas à pobreza pelos efeitos da crise climática, um número cerca de 10% maior em comparação à população masculina. Ou seja, falar sobre mudanças climáticas é também falar sobre desigualdade de gênero e racismo ambiental.

Mas essas vozes femininas, que carregam sabedoria ancestral e uma experiência de luta pela sobrevivência, não podem ser ouvidas apenas de forma pontual, em eventos globais. Elas precisam estar inseridas no nosso cotidiano, pois são elas que guardam os caminhos para o uso equilibrado dos recursos naturais e para a construção de um futuro sustentável e mais justo.

Então, que tal conhecer um pouco mais sobre algumas das mulheres que dedicam suas vidas à preservação ambiental? O boletim de áudio “Vozes do Clima”, do Instituto Socioambiental (ISA), no episódio “Mulheres vão à COP30 para apontar caminhos contra a crise climática”, traz lideranças femininas que compartilham suas perspectivas sobre a importância da participação das mulheres nas decisões ambientais nesta edição da COP.

Ouça o episódio completo sobre a participação feminina na COP30 no boletim de áudio Vozes do Clima:

https://www.socioambiental.org/noticias-socioambientais/vozes-do-clima-mulheres-analisam-desafios-da-cop-30-e-apontam-caminhos

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