O Brasil possui o maior sistema público de doação de órgãos do mundo. Combater desinformações que possam colocar em risco esse sistema é um dever de todos.
As últimas notícias sobre o estado de saúde do apresentador Fausto Silva trouxeram à tona o debate sobre o sistema de transplantes no Brasil, juntamente com muitos discursos equivocados e desinformativos. Isso demonstra que ainda existe uma parte significativa da população brasileira que não se aprofundou no tema e que acaba gerando uma onda de ideias equivocadas, as quais podem desacreditar um sistema sério e eficiente, que ao longo da história foi responsável por salvar milhares de vidas.
Muitos não sabem, mas no Brasil, o sistema de doação é controlado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desempenha um papel central na coordenação e promoção da doação de órgãos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o SUS é o maior programa público de transplantes do mundo, sendo responsável por cerca de 88% dos transplantes de órgãos realizados no país com recursos públicos.
Existem dois tipos de doadores: os doadores vivos, que consistem em se voluntariar para doar órgãos em vida. Essa é uma decisão séria, que envolve uma avaliação médica rigorosa para garantir que o doador esteja saudável o suficiente para passar pelo procedimento e que a doação não cause danos significativos à sua própria saúde. Nesse cenário, o doador precisa ser parente de até quarto grau ou possuir uma autorização judicial.
Outra forma de ser um doador é após o falecimento, quando a morte encefálica do paciente é declarada e, após a confirmação da doação, seus órgãos são transplantados em pacientes que estão aguardando na lista única de transplantes, operados sob o amparo do Sistema Único de Saúde (SUS).
Entenda como o SUS atua no sistema de doação e transplante de órgãos no Brasil
No Brasil, a lista de espera para receber uma doação de órgão é gerenciada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo desse sistema é garantir que a doação ocorra de forma justa e eficiente. O processo envolve várias etapas e critérios específicos para determinar a ordem de prioridade dos pacientes que aguardam por um transplante.
A prioridade na fila de espera não segue uma ordem de chegada; ela é decidida com base em critérios mais relevantes, como a gravidade da doença, o tempo de espera, a idade, a compatibilidade do órgão e outros fatores clínicos. Esses aspectos são minuciosamente analisados por uma junta médica especializada, determinando assim o grau de urgência de cada receptor.
A lista de espera do sistema de transplantes brasileiro é complexa e dinâmica, sendo constantemente ajustada de acordo com a necessidade e o agravamento dos quadros de cada receptor, buscando sempre o sucesso absoluto do transplante. Dessa forma, pacientes em estados mais críticos ou com maior probabilidade de compatibilidade podem ser priorizados.
A seleção de pacientes para receber órgãos é um processo ético que envolve altos níveis de fiscalização e regulamentações locais e nacionais. Toda essa engrenagem garante o pleno sucesso do sistema de transplantes do país. É importante ressaltar que, após o óbito do paciente, a doação de órgãos só pode ser realizada no Brasil com a autorização dos familiares. Portanto, caso deseje ser um doador, é crucial comunicar esse desejo aos membros de sua família.