É árdua a busca por direito das mulheres dentro do mercado de trabalho e são inúmeros os desafios encontrados pela igualdade e a equiparação salarial de gênero.
A ingressão das mulheres no mercado de trabalho ocorreu de forma mais evidente durante e pós-guerra, onde com a participação dos homens nos campos de batalha e a necessidade das indústrias por mão de obra, as mulheres ocuparam o papel de provedoras de suas famílias, assumindo funções que antes eram destinas apenas a figura masculina.
Com o fortalecimento da industrialização este movimento ganhou ainda mais força e abriu espaço para que mais mulheres entrassem no mercado de trabalho, porém de forma ainda muito opressora, desigual e abusiva, pois na época as mulheres recebiam uma remuneração muito inferior aos homens e eram submetidas a jornadas de trabalho desumanas, sem nenhum amparo da lei e em condições de trabalho precários e insalubres.
Entre as décadas de 1960 e 1970, movimentos feministas, que nasceram nos Estados Unidos, ganharam força ao redor do mundo chegando a lugares como o Brasil, que enfrentava a era da ditadura. Travando uma grande batalha contra o sistema ditatorial e patriarcal da época, essas mulheres dedicaram suas vidas para garantir não só igualdade de gênero no mercado de trabalho, mas na sociedade como um todo.
No Brasil, foi apenas com a Constituição de 1988 que as mulheres conquistaram seus primeiros direitos trabalhistas. Mas, a luta perdura até os dias de hoje, onde se faz necessário reivindicações constante por mais respeito, igualdade e leis que garantam sua segurança e a sua liberdade, independente do cargo que ocupem ou pretendam ocupar.
Realidade das mulheres no mercado de trabalho nos dias de hoje
Segundo estudo feito com base em análise de dados da PNAD de 2021, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de participação feminina no mercado de trabalho em 2021 chegou a 51,56%, mas mesmo sendo parte fundamental para a manutenção da mão de obra no país, as mulheres ainda enfrentam desafios diários para se manter ativas no mercado de trabalho.
Dupla jornada com trabalhos externos, tarefas domésticas e cuidados com os filhos, assédio sexual e moral, subestimação de sua capacidade física e intelectual para ocupar cargos de alta gestão, são apenas algumas das inúmeras barreiras enfrentadas e relatadas por profissionais mulheres dentro do mercado de trabalho no país. Essa realidade é ainda pior quando se trata de mulheres de baixa renda, periféricas e pretas, que sentem o peso do preconceito e da invisibilidade de uma forma mais evidente.
Visando mudar esse cenário, no dia 8 de maio de 2023, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Governo Federal anunciaram um pacote de medidas com o objetivo de garantir direitos básicos para as mulheres. Dentre eles, o Projeto de Lei para assegurar a igualdade salarial entre homens e mulheres, a lei prevê multa e a possibilidade de judicialização, em caráter de urgência, penalizando as empresas que infringirem a equiparação salarial de gênero.
Essa é apenas uma conquista que promete assegurar um direito na luta pela igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, mas sabemos que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Mesmo com a Constituição Federal de 1988, que garante a igualdade de gênero, a realidade feminina é marcada por um cenário hostil e de silenciamento. É fundamental que empresas e instituições públicas estejam atentas às necessidades dessas profissionais e que atuem na construção de leis que promovam mais igualdade e segurança para as mulheres.