Agrotóxicos no Brasil: como são produzidos os alimentos que você come?
17/03/2022 • 4 min de leitura

Agrotóxicos no Brasil: você sabe como são produzidos os alimentos que você consome?

Ir à feira semanalmente para comprar frutas, verduras e legumes é um hábito cotidiano na vida da maioria dos brasileiros, mas você já se questionou de onde vem esses alimentos e como são produzidos ou se possuem agrotóxicos?

 Ao consumirmos uma grande variedade de legumes, verduras e frutas, acreditamos que estamos cuidando da nossa saúde por optar por uma alimentação mais natural, mas será que os alimentos que estamos ingerindo são realmente saudáveis? No que diz respeito à grande quantidade de pesticidas utilizados na produção desses alimentos, a resposta é não.

A maioria de alimentos não orgânicos que ingerimos leva em seu processo de cultura agrotóxicos, produtos químicos sintéticos usados no controle de pragas agrícolas como insetos, larvas, fungos, entre outros, com o objetivo de manter o crescimento da vegetação rural. Na produção agrícola, esses produtos são utilizados em diversos momentos, como na limpeza e preparação do solo, no acompanhamento da lavoura, no depósito e no beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens e nas florestas plantadas.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os agrotóxicos são responsáveis por cerca de 70 mil intoxicações agudas e crônicas por ano e que, em casos mais graves, evoluem para óbito. Atualmente, o Brasil se tornou o país com maior consumo destes produtos desde 2008, com permissão para usos de agrotóxicos que em muitos países são proibidos e tendo sua venda ilegal pelo alto teor nocivo à saúde humana.  

Os riscos à saúde por exposição massiva aos agrotóxicos são inúmeros, causando doenças sérias devido a grande quantidade absorvida pelo organismo humano. Nosso contato com agrotóxicos pode ser dar tanto pela manipulação e aplicação dos produtos, como pelo consumo de alimentos e água contaminados. Além disso, gestantes, crianças e adolescentes são considerados grupos de risco devido às alterações metabólicas, imunológicas ou hormonais presentes nesses ciclos da vida.

Como A PL do Veneno pode contribuir para o aumento do uso de agrotóxico no Brasil?

O Projeto de Lei 6299/2002 tem entre seus principais objetivos alterar o nome dos agrotóxicos para defensivos agrícolas ou pesticidas e pretende liberar licenças temporárias, além de prever que a análise dos produtos proíba apenas as substâncias que apresentem risco inaceitável para a saúde.

Porém, quando falamos da vida das pessoas, não existe um risco que possa ser considerado aceitável. Assim, a PL tem mobilizado grande rejeição em seu processo de aprovação, pois para órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e o Greenpeace, esse projeto de lei tem como principal objetivo beneficiar o setor rural, liberando ainda mais o uso de venenos na produção agrícola – sem levar em conta os riscos à saúde humana a curto e longo prazo.

Agrotóxicos

O que podemos fazer para evitar ainda mais o consumo de agrotóxico?

Antes de mais nada, é importante que exista uma mobilização social contra a aprovação da PL do Veneno no Senado. É preciso que a população fique atenta aos seus representantes e como eles votam em projetos de lei como esse, que colocam em risco a vida de trabalhadores rurais e consumidores de produtos agrícolas. Muitos abaixo assinados contra a PL foram criados para que a opinião pública fique clara e faça a diferença na votação do projeto (assine você também: Abaixo Assinado contra PL do Veneno)

Outra postura que se pode adotar é investir em agroecologia. Comprando de pequenos agricultores que utilizam práticas de agricultura sustentável, com a produção de alimentos orgânicos, você não só incentiva esses profissionais que tem o objetivo de promover a saúde como também cuida melhor da sua. Além de se ter uma alimentação mais saudável consumindo esses alimentos, também se investe em ações que promovem a sustentabilidade, preservação da biodiversidade, equidade, justiça social e ambiental, soberania e segurança alimentar e nutricional, expondo a insatisfação social junto aos grandes produtores.

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