A desigualdade de gênero no esporte ainda é um dos maiores obstáculos que atletas e profissionais da área enfrentam no segmento.
Mesmo com os recentes movimentos de valorização do esporte feminino, a desigualdade de gênero dentro do segmento ainda é uma realidade enfrentada por milhares de atletas mulheres que devido a cultura patriarcal enraizada na sociedade, sentem na pele o peso da falta de políticas públicas de incentivo, da disparidade salarial e da objetificação de seus corpos.
Nos últimos anos o atletismo feminino ganhou destaque nos campeonatos mundiais em diversas modalidades esportivas, com atletas apresentando uma ótima performance e conquistando diversos títulos, porém essas atletas em sua grande maioria não receberam o mesmo reconhecimento salarial que atletas do gênero masculino. Segundo uma pesquisa feita em 2021 pela revista Forbes, dos 50 atletas mais bem pagos do mundo, apenas duas mulheres faziam parte desta lista.
Além da desigualdade salarial e da falta de políticas públicas, sociais e econômicas, atletas mulheres conhecem desde muito cedo os impactos que a sexualização do corpo feminino causa em sua vida tanto na área pessoal quanto na profissional. Movida pela necessidade do fim da objetificação do corpo feminino, atletas estão se unindo para exigir a desvinculação do esporte de padrões estéticos patriarcais.
Como ser um incentivador do esporte feminino?
Sabemos que para alcançar o fim da desigualdade de gênero dentro do esporte é fundamental que ocorra incentivos do poder público em conjunto com frentes esportivas que precisam assegurar os direitos dessas atletas. Porém, a sociedade também pode desempenhar um papel de apoio e impulsionamento de mulheres dentro das atividades desportivas.
Muitas vezes a limitação ao acesso de atividades e brincadeiras relacionadas ao esporte ocorre logo na primeira infância da mulher, onde automaticamente são direcionadas a ensinamentos vinculados ao cuidado com o lar e a atividades consideras delicadas. Ser um incentivador e dar a essas meninas a oportunidade de aguçarem a curiosidade pelo esporte pode ser o primeiro passo para alcançar um futuro menos desigual.
Prestigiar campeonatos de atletas femininas é uma outra forma de fortalecer e chamar a atenção de iniciativas públicas e da mídia para o segmento. Seja qual for a modalidade, para que ocorra um aumento de acesso e da visibilidade dessas atletas é necessário que a sociedade passe a valorizar, consumir e prestigiar o esporte feminino tal qual prestigiam campeonatos de atletas masculinos.
Da mesma forma cobrar das grandes mídias e da imprensa a divulgação dos jogos e campeonatos femininos é um movimento que fará toda a diferença nessa luta. Essa é uma ação que já vem ganhando força, porém ainda de forma muito tímida, onde veículos de informação continuam priorizando a divulgação de jogos dos demais atletas.
Que tal unir forças nessa luta e se tornar um incentivador de mulheres e meninas atletas que merecidamente deveriam receber os mesmos holofotes e apoio que atletas do sexo masculino?