A palavra liderança é feminina e o ato de liderar também
22/07/2025 • 7 min de leitura

A palavra liderança é feminina e o ato de liderar também

Apesar de ainda pouco visíveis na mídia, cada vez mais mulheres estão liderando instituições globais e mostram que outro modelo de liderança é possível.

Se te perguntarem nomes de mulheres que estão à frente de grandes cargos de liderança no cenário mundial, você saberia responder rapidamente? Teve que pensar um pouco, né? Sabe por que isso acontece? Porque líderes mulheres não recebem o mesmo destaque nas mídias e nos livros de história que os líderes homens.

Sob o comando do patriarcado, o mundo vem se encaminhando para um verdadeiro colapso econômico e bélico. Mas, se eu te disser que, mesmo no meio desse caos todo, algo vem mudando no cenário mundial? Estamos vendo cada vez mais mulheres assumirem posições estratégicas de poder, ainda que de forma silenciada, e sua presença já tem surtido efeito na construção de um mundo mais justo e pacífico.

Mulheres no poder mudam o jogo

E não estamos falando apenas de presença, mas de impacto transformador. Quando mulheres ocupam cargos de liderança, seja como chefes de Estado, ministras ou diretoras de instituições globais, surgem mais políticas voltadas para o cuidado com as pessoas, com o meio ambiente e com a justiça social. E isso não é “achismo”, diversos estudos mostram que a presença feminina nesses espaços contribui para melhores índices sociais.

Isso porque a maioria das mulheres tende a agir com mais escuta, transparência, compromisso com o bem comum e menos vaidade e ego. Quando lideram em cargos como o Ministérios da Saúde, Educação, Direitos Humanos ou Meio Ambiente, por exemplo, elas geram políticas mais inclusivas, voltadas à preservação do planeta e ao bem-estar da população, especialmente dos mais vulneráveis.

Além disso, as mulheres têm uma forte inclinação ao multilateralismo, pois valorizam o diálogo como ferramenta de construção coletiva. Preferindo sempre construir pontes, no lugar de muros. E, em um mundo com políticas cada vez mais hostis, essa postura pode ser a chave para negociações mais duradouras e sustentáveis entre as nações.

Enquanto muitos líderes homens ainda insistem em velhas fórmulas de poder baseadas na força e na imposição, as mulheres estão mostrando, na prática, que outro tipo de liderança é possível, e muito necessária.

liderança
Imagem: GETTY IMAGES

Alguns nomes de líderes mulheres que merecem destaque

Como os grandes nomes femininos não recebem o mesmo destaque que figuras masculinas, trouxemos aqui uma lista de peso com nomes de líderes mulheres que não aparecem tanto nas redes sociais e nas mídias, mas que estão contribuindo para uma mudança de rumo do mundo e se tornando sinônimos de liderança no cenário internacional:

  • Jacinda Ardern – Não poderíamos começar essa lista de outra forma. A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia se tornou símbolo de uma nova política. Sua liderança ganhou ainda mais destaque durante a pandemia da Covid-19, sua condução foi exemplar: rápida, firme e empática. Sob sua liderança, o país foi um dos primeiros a controlar o vírus e retomar a vida com segurança. Ela uniu estratégia com acolhimento, técnica com humanidade. Sua comunicação clara ajudou a despertar um forte senso de comunidade em seu país. Ela cuidou do sustento econômico do país, mas, priorizou acima de tudo, a vida.
  • Dilma Rousseff – À frente do Banco do BRICS, foi reeleita por unanimidade para mais cinco anos à frente de um dos maiores blocos econômicos do mundo. A primeira presidente mulher do Brasil, hoje representa o Sul Global em uma instituição que movimenta bilhões de dólares todos os anos e busca um mundo mais equilibrado economicamente. Sob sua liderança, a cooperação entre países emergentes vem ganhando força e cada vez mais adeptos, e a base disso é o bom diálogo. Sua liderança trouxe de volta a importância do multilateralismo, o que tem chamado atenção no comércio global.
  • Christine Lagarde – No comando do Banco Central Europeu, conduz a economia com firmeza em meio a desafios como a inflação, promovendo estabilidade sem abrir mão da justiça social. Seu discurso vai além do técnico, é profundamente humano. Em uma de suas falas recentes, afirmou: “Façam comércio, não façam guerra”, reforçando que a paz se constrói com negociação, não com imposição.
  • Kristalina Georgieva – Confirmada em mais um mandato à frente do FMI, ela já foi também diretora-geral do Banco Mundial. Sob sua gestão, o Fundo Monetário Internacional tem abordado com mais seriedade pautas como o financiamento climático, a redução das desigualdades e a construção de economias mais resilientes e sustentáveis, especialmente em um cenário global cada vez mais fragmentado.
  • Ursula von der Leyen – Presidente da Comissão Europeia, Ursula ocupa o cargo há mais de quatro anos e tem se feito ouvir por diversas nações em um momento de grande tensão global. Em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, reforçou a importância da inovação aliada à sustentabilidade e do diálogo como ferramenta mais poderosa para resolver conflitos internacionais.
  • Claudia Sheinbaum – Primeira mulher eleita presidente do México, também conhecida como “La Doctora” por suas credenciais acadêmicas de peso. Claudia é formada em Física, possui doutorado em Engenharia Energética e integrou o comitê de cientistas climáticos das Nações Unidas que recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Sua liderança carrega um censo patriótico forte, enfrentando com firmeza as políticas hostis do atual presidente americano Donald Trump e atuando em prol da soberania econômica do México no cenário internacional.
  • Marina Silva – A presença de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente representa um marco na política brasileira ao evidenciar a importância da participação feminina em cargos de liderança. Sua trajetória inspira outras mulheres a ocuparem espaços de poder e mostra como a perspectiva de gênero pode enriquecer a gestão ambiental, trazendo soluções mais sensíveis e abrangentes. Reconhecida por sua atuação firme na defesa da sustentabilidade, do combate ao desmatamento e da proteção de comunidades tradicionais, Marina alia diálogo, articulação e compromisso com o meio ambiente, fortalecendo a agenda ambiental no Brasil e no cenário internacional.

Liderança feminina: mais diálogo, menos imposição

Esses são apenas alguns dos muitos nomes de mulheres que permanecem fora dos holofotes, mas que vêm exercendo uma liderança soberana e estratégica. Em tempos de urgência global, esse conjunto de qualidades é um diferencial valioso que precisa ser reconhecido e impulsionado.

Por que precisamos de mais mulheres na liderança?

Porque o mundo precisa de mais empatia, cooperação e soluções sustentáveis. A forma como líderes mulheres se posicionam, ouvem e constroem está diretamente ligada a um futuro mais humano e equilibrado.

Então, da próxima vez que alguém duvidar do poder da liderança feminina, você já tem muitos argumentos (e nomes!) para apresentar. E mais importante ainda: precisamos seguir elegendo, apoiando e celebrando essas mulheres. Porque não é sobre ter mais “mulheres no poder” só por ter. É sobre o que elas trazem com elas: transformação.

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