Novos casos de febre maculosa no país reacendeu a preocupação com a doença e os cuidados para sua prevenção e tratamento.
No último mês de junho, o Brasil se deparou com novos casos de febre maculosa, que lamentavelmente resultaram na morte de seis pessoas na região de Campinas, interior de São Paulo. As notificações simultâneas e a alta taxa de letalidade reacenderam o alerta sobre a doença, causada pela bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato.
Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos dez anos, o Brasil registrou 2.157 casos confirmados de infecção pela doença, com 753 óbitos. As regiões Sul e Sudeste concentram os maiores índices, e o estado de São Paulo lidera o ranking de registro da doença. No Brasil, o carrapato mais conhecido por transmitir a doença é o carrapato-estrela, mas é importante ressaltar que todas as espécies podem ser portadoras da bactéria.
O diagnóstico da doença é complexo e muito difícil de ser confirmado, pois seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras infecções, aumentando a probabilidade de agravamento da doença para o paciente. Portanto, é importante realizar um mapeamento minucioso dos sintomas, juntamente com informações relevantes sobre a exposição do paciente a regiões de mata ou localidades com notificações da doença.
Como ocorre a infecção e quais os sintomas?
A transmissão da febre maculosa depende da presença da bactéria no carrapato e da duração do parasita na pessoa. O período necessário para que um carrapato infectado transmita a doença pode variar. Para ocorrer a transmissão, o carrapato precisa permanecer fixado na pele da pessoa por, no mínimo, quatro horas.
Recomenda-se que, ao encontrar um carrapato fixado na pele, ele seja removido o mais rápido possível usando uma pinça ou outro instrumento adequado. Deve-se segurar o carrapato próximo à pele e puxá-lo suavemente para fora. Após a remoção, que deve ser completa, é importante limpar e desinfetar bem a área da picada.
É importante ressaltar que a febre maculosa não é uma doença infectocontagiosa, ou seja, não se transmite de pessoa para pessoa. O contágio ocorre exclusivamente pela picada do carrapato infectado pela bactéria transmissora da doença.
Os sintomas geralmente se manifestam em média de sete a dez dias e incluem febre alta, dores de cabeça intensas, calafrios, dores musculares e articulares, náuseas, vômitos e erupção cutânea. Se não for tratada logo no início, a doença pode progredir e causar complicações graves, como danos aos órgãos e até mesmo a morte.
Ao surgir o primeiro sinal de infecção ou sintomas associados à febre maculosa, é fundamental procurar imediatamente um médico especialista. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e o tratamento precoce, maiores serão as chances de cura e recuperação total do paciente.